Desvendando a Odisseia


Ao longo do 1º trimestre de 2011, os Sextos Anos do Colégio de Aplicação João XXIII/UFJF leram a obra fundadora da literatura ocidental – Odisséia, de Homero – recontada por Ruth Rocha.

Grande parte dos alunos(as) adorou a narrativa, por ter muitas aventuras vividas pelo astuto herói Ulisses e também por ter monstros espetaculares, deuses poderosos e intrometidos na vida dos humanos, mulheres inteligentes e belas (algumas bem cruéis, como Circe!), lugares fascinantes e perigosos pelos quais o herói tinha que passar para chegar à ilha de Ítaca, na Grécia, onde o esperavam sua mulher, Penélope, seu filho, Telêmaco, e seus súditos fiéis, como o porqueiro Eumeu e a velha escrava Euricléia, a primeira a reconhecê-lo, numa cena emocionante, depois de 20 anos que seu amo estava fora de casa.
Motivados por essa leitura, fizeram uma comparação instigante entre os problemas vividos por Ulisses no caminho para Ítaca e os problemas vividos pelos adolescentes em seu cotidiano escolar – problemas que às vezes parecem imensos para quem os vive. Mas eles não pensaram apenas nos problemas: inspirados pelo astuto Ulisses, pensaram também em possíveis soluções.

Assim, vamos às propostas dos alunos(as): algumas engraçadas, outras mais sérias; algumas mais distantes do herói grego, outras profundamente inspiradas por ele. Todas, porém, sem dúvida alguma, uma viagem que vale a pena ser feita.


DA GUERRA ÀS FLORES DE LÓTUS

Geovana, Jhully, Lorna e Letícia do 6ºB

Ulisses e seus homens que vinham da guerra ainda sentiam vontade de lutar e foram logo atacando as cidades dos cícopes. Só que depois de algumas vitórias a sorte mudou e eles foram derrotados: muitos soldados morreram, tendo de fugir em seus navios.

Navegaram  alguns dias e chegaram a um lugar estranho, onde seus moradores comiam flores de lótus e eram chamadas de lotófagos. As flores provocavam sensação de felicidade. Depois dos soldados comerem as flores, acharam ótimo e não queriam jamais ir embora.

Ulisses esperto mandou que os homens que não comeram prender os soldados que tinham experimentado dentro dos navios e tratou de sair daquela ilha.

As crianças na cantina apaixonadas pelo salgado formam uma fila imensa, mas quando bate o sinal todos que não compram tem de voltar para a sala.

 

MEU NOME É NINGUÉM

Matheus Daibert, Gustavo Guimarães e Guilherme Flores do 6ºC

Ulisses chegou em Tróia onde havia lutado ao lado do exército grego. Chegaram atacando as cidades e saqueando-as. A sorte mudou e eles foram derrotados, muito soldados morreram e tiveram de fugir em seus navios. Eles pararam perto da ilha dos ciclopes. Perto dali havia uma caverna que morava um gigante de um olho só. Caminhava até lá mas não tinham encontrado o tal gigante. De repente ele apareceu com seu rebanho e lenha . O ciclope entrou na gruta e quis saber quem eram eles. Logo em seguida o gigante matou dois de seus companheiros. Eles choraram de medo. Ulisses deu de beber ao gigante que rapidamente ficou bêbado. Então perguntou a Ulisses qual era seu nome. Ulisses o mais astuto respondeu:

- Ninguém! Ninguém é meu nome! Nesse momento em que ele estava embriagado, enterraram-lhe com força o tição no olho dele e giraram e giraram e forçaram para dentro até boa parte do espeto ficou enterrada.

O gigante chamou reforço. Então quando os outros  ciclopes chegaram e perguntaram o que havia acontecido e quem tinha feito aquilo,o gigante respondeu com todas as letras Ninguém está me matando! Ninguém! Os companheiros dele não entenderam nada e foram embora. E para sair da gruta e Ulisses e seus companheiros esconderão debaixo dos mais gordos carneiros, porque o gigante cego passava as mãos nos dorsos dos carneiros. E assim não foram tocados nem percebidos. A solução encontrada para o problema foi esta que Ulisses muito astutamente planejou.

Uma situação semelhante seria a de Bullying enfrentada atualmente em que astutamente a pessoa deveria não dar importância ao que falam delas e aos poucos, estas vendo que não está surtindo efeito acabam por deixar de lado as provocações.     


O CANTO DAS SEREIAS

Esther e Larissa do 6ºB

As sereias eram criaturas terríveis,e todos os marinheiros ficavam encantados com suas vozes. Ao saber disto Ulisses fez como Circe (A Feiticeira) havia dito: “Ao chegarem à ilha das sereias, tapem os seus ouvidos com cera especial, assim vocês não correrão risco de se encantarem com suas vozes, senão pularão no mar e morrerão afogados.” Lembrando disto Ulisses assim fez mas pediu que o amarrassem com uma corda ao mastro para que ele ouvisse as lindas vozes que pareciam chamá-lo. O encanto era tão forte que os marinheiros o amarraram mais ainda. Assim que passaram pelas sereias, viram as ondas enormes e se assustaram. Então Ulisses lembrou que ele os tinha salvado.

Hoje em dia é muito comum os jovens serem levados às drogas, cigarros, bebidas como se isto fosse uma coisa boa e divertida, o que não é verdade, é a destruição. A internet também oferece o mesmo risco. É necessário atenção e firmeza para dizer ''NÃO'' e denunciar o que soubermos.


VIAGEM À MORADA DE HADES

Vítor, Bruno e Maxwell do 6ºC
Durante a ida à morada de Hades (inferno) Ulisses e sua tropa encontraram vários problemas, entre eles, estavam o medo, pavor e o pior de todos é que Ulisses precisava saber do seu futuro pois ele poderia morrer tentando voltar para Ítaca sua cidade natal.
Para solucionar seus problemas, Ulisses e sua tropa tiveram que ir ao inferno para interrogar o cego Tirésias, o único morto a que Perséfone consentia ter visto o futuro dos homens e ensinou Ulisses fazer uma oferenda que atrairia os mortos e para garantir que Tirésias lhe diria seu futuro Ulisses não podia deixar tocar antes na oferenda.

Os alunos tem medo e pavor de chegar atrasados nas aulas, pois nós podemos levar um bilhete e até ficar fora de sala de aula.


ENTRE CILA E CARÍBDES

Alexia, Mariana Coutinho e Carolina Dornelas do 6ºC

O problema de Ulisses
Circe a feiticeira tinha dito a Ulisses que depois da ilha das sereias, eles iriam encontrar dois altíssimos rochedos: de um lado havia um dragão de seis cabeças, chamado Cila, que quando um navio passava por ali ela saía de seu esconderijo e avançava sobre ele, comendo quantos marinheiros pudesse. Do outro lado Caríbdes, que engolia grandes quantidades de água, puxando navios que passavam por ali, depois vomitava toda a água, o que provocava altíssimas e destruidoras ondas.

Circe havia prevenido que ninguém jamais conseguiu passar entre as rochas; a não ser Argo, com a ajuda de Hera.

Ulisses resolveu passar mais perto de Cila, na esperança de lhe dar combate de alguma forma. Cila arrebatou seis dos melhores marinheiros.

No colégio
Havia um menino chamado Humberto, que veio de Fortaleza para Juiz de Fora, pois seu pai havia ganhado uma proposta de emprego, e o menino veio estudar no João XXIII.

Ninguém o tratou bem porque ele era gordo e usava óculos.

Carolina, Alexia e Mariana (nós), tentamos nos enturmar com ele, puxando papo. Só que ele achava que todos nós tínhamos preconceito e não quis papo.

Depois de tanto tempo, dois meninos que não gostavam dele resolveram dar uma lição no gordinho. Ele estava voltando para casa por um beco, que dava na rua dele, chegando lá, os dois meninos estavam o cercando. Ele tentou correr para o outro lado, mas, os garotos conseguiram o cercar do outro lado, ele resolveu passar pelo lado do mais baixinho para ir correndo, mas, ele lhe deu um soco e o Humberto caiu e depois o outro lhe encheu de pauladas e socos e depois fugiram dali deixando o menino todo ensangüentado no chão.

Depois de horas o menino se levantou e foi procurar ajuda. Nós o ajudamos e fizemos curativos nele e ele se recuperou do susto e virou nosso amigo.

O DESAFIO DOS FEÁCIOS

Amanda, Clarissa e Sofia do 6ºC
 O problema de Ulisses
Até chegar a Esqúeria, a pátria dos feácios, Ulisses teve que enfrentar a fúria de Poseidon, o deus dos Mares. Com ajuda da deusa Leocótea, Ulisses nadou até penetrar na foz de um rio e alcançar a terra, onde adormeceu.

Depois, se encontrou nu e em um lugar estranho, pediu ajuda aos deuses. Induzida por Palas Atena, Nausícaa, filha do rei Alcino, encontra Ulisses e decide levá-lo até seu pai. Só que para isso ele teria que ir sozinho para que não ficasse mal para ela. E o pior era que os feácios não gostavam de estrangeiros.

Para solucionar, Palas Atena o cobriu com uma nuvem e ele chegou ao palácio sem ser visto.

Lá foi bem recebido e o rei Alcino prometeu mandá-lo à sua terra. Reuniu os chefes feácios e mandou armar um navio, escolheu 52 jovens tripulantes e preparou uma grande festa com um aedo (cantor).

Foi durante a festa que Ulisses passou por outro problema.

Durante os jogos foi desafiado por um jovem a participar das competições. Ele ganhou de todos e os feácios se sentiram afrontados. O rei para acalmar os ânimos, usou de sua diplomacia e mandou chamar o aedo para cantar.

Ulisses pediu que contasse a história do cavalo de madeira que introduziu em Tróia. Ficou muito emocionado e começou a chorar.

O rei mandou parar a música e então, perguntou a Ulisses, quem ele era, de onde ele vinha e quem eram seus pais.

A chegada de Gilberta
Em uma simples manhã de segunda-feira no nosso colégio, Gilberta (uma aluna nova de outra cidade, se mudou para cá, Juiz de Fora, vindo de São Paulo, de uma escola pequena), entrou em sala, meio apavorada com o tamanho do colégio, e também muito tímida, por estar num ambiente estranho, com pessoas que não conhecia. Os professores, já haviam comentado da chegada dela na nossa sala. Nós (Amanda,Clarissa e Sofia) ficamos super dispostas em enturmá-la, talvez até passar o recreio com ela. Só não falamos com Gilberta por timidez.

No dia seguinte, nós tomamos coragem e fomos perguntar a ela se gostaria de passar o intervalo com a gente. Assim, ela disse que gostaria muito, e que queria enturmar com as pessoas da sala.

Por ter um sotaque diferente, e ser muito tímida, era criticada pelos colegas de classe, pois não se sentia à vontade de responder as perguntas propostas pela professora e não conversava muito, como nós conversávamos. Coitada! Nós ficávamos batendo papo, e ela calada muito tímida.

Na sala havia trinta pessoas e a professora nos desafiou a separar a classe em dois grupos de quinze pessoas. Quando começou a partida a professora primeiramente chamou Gil (que era o apelido que nós propomos a ela), a questão era escrever no quadro um verbo no pretérito perfeito, ela acertou e conquistou dois pontos para o nosso time.

Todos gritaram e se enturmaram com a garota (que tanto caçoavam): ''GIL,GIL,GIL...''
 
Por fim, nossa equipe venceu, graças a dois pontos a mais que foram os que Gilberta conquistou.